Em tom oposto ao dos ataques ao STF, Daniel Silveira pede desculpas ao Brasil

O deputado bolsonarista se defende na sessão em que parlamentares avaliam a manutenção ou fim da prisão decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, após Silveira atacar a corte, incitar o espancamento de um de seus membros e fazer apologia à ditadura

Foto: Reprodução/Twitter
Em um tom ameno, bem diferente da virulência que o deputado de extrema direita Daniel Silveira atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) em vídeo publicado durante o carnaval, o parlamentar tentou convencer os pares que não referendem a decisão do ministro Alexandre de Moraes que o levou à prisão. O ministro expediu um mandado de prisão em flagrante após Silveira atacar a corte, incitar o linchamento do ministro Edson Fachin, e fazer apologia ao Ato Institucional Número 5, um dos períodos mais sombrios da ditadura militar no Brasil.

“Gostaria de ressaltar que em momento algum, já vi o vídeo várias vezes, não consegui ver o momento da raiva em que me encontrava. E peço desculpas a todo o Brasil. Ouvi de várias pessoas, juristas, senhoras, senhores, ou qualquer tipo de classe social que percebeu que me excedi na fala. Um momento passional. Não cabe explicar que a lei nos emprega seis meses para que possamos oferecer qualquer tipo de registro contra a ocorrência, porque em um dia ou dois, nós mudamos a mente”, explicou-se o parlamentar.

Embora tenha sido levado de casa pela Polícia Federal afirmando que os parlamentares invalidaram o mandado de prisão no dia seguinte, Daniel Silveira está há três noites detido. No período, agentes encontraram, até mesmo, dois celulares no quarto em que ele ficou na superintendência da PF no Rio. Silveira começou a fala com um texto do próprio ministro Alexandre de Moraes, falando na harmonia entre os poderes e na importância da inviolabilidade da liberdade de expressão e da imunidade dos legisladores. Segundo o bolsonarista, ele se excedeu pois “o ser humano vai de zero a 100” muito rapidamente.

“Eu friso que em momento algum eu vejo ponto positivo na minha fala. Mas vejo um ponto positivo na fala do senhor (Arthur Lira - PP-AL), que abrirá um novo precedente em que teremos um pouco mais de respeito. Assisti vários embates. Às vezes, vimos a falta de respeito na casa que representa o Brasil. Durante todo esse tempo, o conselho de ética, me perdoem o termo, é simbólico, (ouvi) dizerem que estão prostituindo o conselho de ética, pois são ações que não tem necessidade. E a partir desse ponto, até aprendendo comigo mesmo, você passa a controlar suas palavras, a pensar no que falar. Tem deputados defensores da ideologia da esquerda que converso naturalmente. Que não existe ideologia de pessoa para pessoa, que eu sempre vou respeitar”, argumentou. (Correio Braziliense).

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