Aliados do governador paulista ajudaram a organizar um ato político com o ex-prefeito na sede do diretório estadual tucano
Foto: Governo de Governo São Paulo |
Em campanha nas prévias para a escolha do candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, se aproximou do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, que também concorre na disputa interna do partido. Em um mês, Doria já se reuniu três vezes com o adversário. Na tarde desta quinta-feira, 14, aliados do governador paulista ajudaram a organizar um ato político com o ex-prefeito na sede do diretório estadual tucano.
O entorno de Doria espera que os dois se unam contra o governador do Rio Grande Sul, Eduardo Leite, mas Virgílio tem sido cuidadoso ao tratar do tema para não esvaziar sua pré-candidatura. O ex-prefeito de Manaus recebeu Doria pela primeira vez, durante as prévias, em Manaus, no dia 11 de setembro, para um almoço. Na ocasião, trocaram elogios.
"Após o encontro em Manaus, Doria gravou um vídeo ao lado de Virgílio no qual lembrou que os pais de ambos foram colegas no Congresso e perseguidos pela ditadura. "O PSDB nos une, e as prévias também", disse o governador de São Paulo. O ex-prefeito concordou e afirmou que as prévias não são uma "luta entre companheiros". "Tenho pelo João muito carinho. Ele é um irmão que eu fiz em São Paulo. É uma pessoa encantadora", prosseguiu Virgílio na gravação.
Dez dias depois, Virgílio aceitou o convite de Doria e participou de reunião do Conselho de Relações Internacionais, no Palácio dos Bandeirantes, para tratar de temas como preservação ambiental e desenvolvimento sustentável da Amazônia. O encontro mais recente foi durante o feriado de 12 de outubro, quando os tucanos almoçaram na casa de Doria, na capital paulista.
Questionado sobre sua relação com Doria, Virgílio disse que o "conhece mais" do que Leite e citou o fato de que os dois são filhos de colegas de Parlamento. O pai do ex-prefeito, Arthur Virgílio Filho, foi vice-líder do governo Juscelino Kubitschek na mesma legislatura em que o pai do governador, João Doria, foi deputado. Ambos foram cassados pelo regime militar.
"Conheço mais o João, que é meu amigo, mas também gosto do Eduardo. O nível em que as prévias estão hoje é tolerável, mas não pode virar uma disputa pessoal entre eles. Tenho mais tempo de política que os dois", afirmou Virgílio ao Estadão.
Para tentar evitar o alinhamento do ex-prefeito com Doria nas prévias e debates, Leite convidou Virgílio para um almoço na próxima quarta-feira, em Porto Alegre. Em outra frente, o senador Tasso Jereissati (CE), que abriu mão da disputa para apoiar o governador gaúcho, tenta convencer Virgílio a juntar forças contra Doria - que leva vantagem na disputa por causa do tamanho do colégio eleitoral paulista, o maior do País.
Disputa interna
A votação das prévias, marcada para 21 de novembro, será indireta e terá pesos diferentes entre filiados, mandatários e dirigentes. Os 565 prefeitos e 445 vices formam 25% do eleitorado, os 4.297 vereadores e 272 deputados estaduais, outros 25%. Governadores (3), vices (5), senadores (7), deputados (32) e o presidente nacional do partido, Bruno Araújo (PE) representam o terceiro bloco e os filiados em geral, o quarto. (Estadão Conteúdo)
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